sexta-feira, 5 de agosto de 2011

RHODES

Gigante de pedra olhando o mar
À beira d'água 
Atravessa seu destino 
Entre setas de esquecido alvo.

Colosso de Rhodes trincado
No volante do carro, no quarto
À mesa, sem pão que o seduza
Em todo lugar o ser fragmentado.

No tálamo de molas
Células de granito não repousam
A face permanece hirta, marmóreo perfil
O sangue, mercúrio líquido, não amorna.

Não sei como resiste a vida
Ao peso de tanta rocha e metal.

Tela de Caspar David Friedrich - (1774/1840)
Pintor Romântico Alemão

Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse final me lembrou Clarice e Pessoa.
Essa imagem é demais, adoro sobretudo e ar de abismo com poder.

JasonJr. disse...

Incrível como a gente se urpreende a cada minuto! :D